27/08/2025
Quando pensamos em leishmaniose, o foco geralmente recai sobre os cães, e com razão, já que eles são os principais reservatórios da Leishmania infantum no ciclo urbano da doença. Mas você sabia que os gatos também podem ser infectados? E mais: podem atuar como fontes para os flebotomíneos, aqueles pequenos mosquitos- palha transmissores da leishmaniose?
Nos últimos anos, relatos de casos de leishmaniose felina têm aumentado no Brasil, principalmente em regiões endêmicas, mostrando que essa é uma realidade que precisa estar no radar de todo médico-veterinário.
Neste texto, vamos falar sobre:
-
● como a leishmaniose afeta os gatos
-
● principais sinais clínicos a serem observados
-
● diagnósticos diferenciais que podem confundir o quadro
-
● por que incluir a leishmaniose felina na investigação clínica é essencial
Gatos e leishmaniose: um cenário em crescimento
Embora os cães sejam os protagonistas no ciclo de transmissão, os gatos não estão imunes.
Espécies como Leishmania infantum, Leishmania braziliensis e Leishmania amazonensis já foram detectadas em felinos no Brasil.
Além disso, muitos gatos infectados permanecem assintomáticos por longos períodos, o que complica a detecção precoce e pode favorecer a disseminação silenciosa.
Gatos com comprometimento do sistema imunológico, como aqueles com FIV (vírus da imunodeficiência felina), FeLV (vírus da leucemia felina), ou outras condições debilitantes, têm maior probabilidade de manifestar a doença.
Quais são os principais sinais clínicos da leishmaniose em gatos?
Os sinais clínicos podem variar muito, mas alguns sinais dermatológicos e sistêmicos merecem atenção especial:
Lesões dermatológicas mais comuns
-
● Nódulos ulcerativos na face e membros
-
● Alopecia (queda de pelos) localizada
-
● Eritema (vermelhidão) e pápulas (pequenas elevações na pele)
Outros sinais clínicos
-
● Linfadenomegalia (aumento dos linfonodos)
-
● Estomatite (inflamação na boca)
-
● Gengivite
-
● Vômitos
-
● Emagrecimento progressivo
Leishmaniose felina pode ser confundida com outras doenças
Os sinais podem lembrar quadros clínicos de várias outras doenças comuns na clínica felina, o que dificulta o diagnóstico sem exames específicos.
Entre as condições que podem simular a leishmaniose felina, destacam-se:
-
● carcinoma de células escamosas
-
● esporotricose
-
● granuloma eosinofílico
-
● pênfigo foliáceo
-
● toxoplasmose
Essa semelhança reforça a importância de exames laboratoriais detalhados para confirmação.
Como confirmar o diagnóstico?
O diagnóstico da leishmaniose felina exige uma combinação de investigação clínica
e
● ● ●
●
exames laboratoriais, que podem incluir:
PCR para identificar o material genético do parasita
citologia ou biópsia das lesões dermatológicas
avaliação hematológica e bioquímica para detectar alterações sistêmicas
sorologia para detectar anticorpos contra Leishmania ( menor sensibilidade)
Por que incluir a leishmaniose felina no diagnóstico?
-
● A leishmaniose em gatos está emergindo em várias regiões do Brasil, especialmente nas áreas endêmicas da doença.
-
● O reconhecimento precoce evita tratamentos inadequados e permite um manejo clínico mais eficaz.
-
● Gatos infectados podem contribuir para a manutenção e disseminação do ciclo epidemiológico da doença.
Se você atua em áreas onde a leishmaniose é endêmica, não deixe de incluir a leishmaniose felina em seu diagnóstico diferencial, especialmente quando observar sinais dermatológicos atípicos ou sintomas sistêmicos inexplicados.
A atenção ao paciente felino é fundamental para o controle e manejo dessa doença que, embora menos estudada nos gatos, é uma realidade crescente.
Quer um diagnóstico laboratorial confiável para leishmaniose felina?
No ZooGene, oferecemos exames com tecnologia avançada e equipe especializada para ajudar você a confirmar o diagnóstico com rapidez e segurança.
Conte conosco para fortalecer sua prática clínica e garantir o melhor cuidado aos seus pacientes felinos.
Rua Atenas, 257 – Prado (31) 3324-4020
zoogene@zoogene.com.br
BeloHorizonte – MG 3324-4030