Quando pensamos em leishmaniose, o foco geralmente recai sobre os cães, e com razão, já que eles são os principais reservatórios da Leishmania infantum no ciclo urbano da doença. Mas você sabia que os gatos também podem ser infectados? E mais: podem atuar como fontes para os flebotomíneos, aqueles pequenos mosquitos- palha transmissores da leishmaniose?
Nos últimos anos, relatos de casos de leishmaniose felina têm aumentado no Brasil, principalmente em regiões endêmicas, mostrando que essa é uma realidade que precisa estar no radar de todo médico-veterinário.
Neste texto, vamos falar sobre:
● como a leishmaniose afeta os gatos
● principais sinais clínicos a serem observados
● diagnósticos diferenciais que podem confundir o quadro
● por que incluir a leishmaniose felina na investigação clínica é essencial
Gatos e leishmaniose: um cenário em crescimento
Embora os cães sejam os protagonistas no ciclo de transmissão, os gatos não estão imunes.
Espécies como Leishmania infantum, Leishmania braziliensis e Leishmania amazonensis já foram detectadas em felinos no Brasil.
Além disso, muitos gatos infectados permanecem assintomáticos por longos períodos, o que complica a detecção precoce e pode favorecer a disseminação silenciosa.
Gatos com comprometimento do sistema imunológico, como aqueles com FIV (vírus da imunodeficiência felina), FeLV (vírus da leucemia felina), ou outras condições debilitantes, têm maior probabilidade de manifestar a doença.
Quais são os principais sinais clínicos da leishmaniose em gatos?
Os sinais clínicos podem variar muito, mas alguns sinais dermatológicos e sistêmicos merecem atenção especial:
Lesões dermatológicas mais comuns
● Nódulos ulcerativos na face e membros
● Alopecia (queda de pelos) localizada
● Eritema (vermelhidão) e pápulas (pequenas elevações na pele)
Outros sinais clínicos
● Linfadenomegalia (aumento dos linfonodos)
● Estomatite (inflamação na boca)
● Gengivite
● Vômitos
● Emagrecimento progressivo
Leishmaniose felina pode ser confundida com outras doenças
Os sinais podem lembrar quadros clínicos de várias outras doenças comuns na clínica felina, o que dificulta o diagnóstico sem exames específicos.
Entre as condições que podem simular a leishmaniose felina, destacam-se:
● carcinoma de células escamosas
● esporotricose
● granuloma eosinofílico
● pênfigo foliáceo
● toxoplasmose
Essa semelhança reforça a importância de exames laboratoriais detalhados para confirmação.
Como confirmar o diagnóstico?
O diagnóstico da leishmaniose felina exige uma combinação de investigação clínica
e
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exames laboratoriais, que podem incluir:
PCR para identificar o material genético do parasita
citologia ou biópsia das lesões dermatológicas
avaliação hematológica e bioquímica para detectar alterações sistêmicas
sorologia para detectar anticorpos contra Leishmania ( menor sensibilidade)
Por que incluir a leishmaniose felina no diagnóstico?
● A leishmaniose em gatos está emergindo em várias regiões do Brasil, especialmente nas áreas endêmicas da doença.
● O reconhecimento precoce evita tratamentos inadequados e permite um manejo clínico mais eficaz.
● Gatos infectados podem contribuir para a manutenção e disseminação do ciclo epidemiológico da doença.
Se você atua em áreas onde a leishmaniose é endêmica, não deixe de incluir a leishmaniose felina em seu diagnóstico diferencial, especialmente quando observar sinais dermatológicos atípicos ou sintomas sistêmicos inexplicados.
A atenção ao paciente felino é fundamental para o controle e manejo dessa doença que, embora menos estudada nos gatos, é uma realidade crescente.
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No ZooGene, oferecemos exames com tecnologia avançada e equipe especializada para ajudar você a confirmar o diagnóstico com rapidez e segurança.
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A hemocultura é um exame essencial para detectar a presença de bactérias ou fungos na corrente sanguínea. Esse teste permite identificar casos de bacteremia ou fungemia, condições que podem evoluir rapidamente para quadros graves, como sepse, caso não sejam diagnosticadas e tratadas de maneira precisa.
Além de confirmar a infecção, a hemocultura possibilita isolar o agente causador e definir o antimicrobiano mais adequado para cada situação, evitando tratamentos empíricos e reduzindo o risco de resistência bacteriana.
Quando solicitar a hemocultura em cães e gatos?
Nem toda febre justifica esse exame, mas existem situações clínicas em que ele se torna indispensável para direcionar a conduta terapêutica. Entre as principais indicações estão:
Como deve ser feita a coleta de sangue para hemocultura?
A qualidade da coleta é determinante para garantir resultados confiáveis. Uma técnica inadequada pode levar a contaminações que confundem a interpretação e comprometem o diagnóstico.
Recomendações fundamentais:
Como transportar a amostra corretamente?
O transporte também influencia diretamente o resultado.
Por que o cuidado com a hemocultura faz diferença no tratamento?
Uma hemocultura bem indicada e bem coletada permite identificar o agente infeccioso e realizar um antibiograma direcionado, reduzindo o uso indiscriminado de antimicrobianos. Isso não apenas aumenta as chances de sucesso terapêutico, mas também ajuda a conter o avanço da resistência bacteriana — um desafio crescente na medicina veterinária e humana.
A hemocultura é uma ferramenta indispensável na investigação de infecções sistêmicas. Solicitar o exame nos casos corretos, coletar de maneira adequada e garantir o transporte ideal são etapas fundamentais para que o resultado seja confiável e realmente útil na condução clínica.
Se você busca análises precisas e suporte especializado, o ZooGene oferece tecnologia avançada e protocolos rigorosos para garantir a máxima confiabilidade dos exames laboratoriais veterinários.
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O eixo hipotálamo–hipófise–adrenal é uma rede de comunicação entre o cérebro e as glândulas adrenais, que ajuda o corpo a responder ao estresse e a manter funções vitais.
Funciona assim: o hipotálamo, uma região do cérebro, envia um sinal chamado CRH, que estimula a hipófise, uma pequena glândula também no cérebro. A hipófise, por sua vez, libera outro sinal chamado ACTH, que viaja até as glândulas adrenais, localizadas perto dos rins.
Ao receber esse estímulo, as glândulas adrenais produzem o cortisol, um hormônio essencial para o equilíbrio do organismo. Quando os níveis de cortisol atingem o ideal, eles enviam uma mensagem de volta ao hipotálamo e à hipófise para reduzir a produção de CRH e ACTH, evitando a produção excessiva de cortisol.
O papel do cortisol no equilíbrio do organismo
Apesar de ser conhecido como “hormônio do estresse”, o cortisol tem funções essenciais que vão muito além de situações emergenciais. Ele é responsável por:
Alterações na produção desse hormônio podem gerar desequilíbrios graves, resultando em doenças como hiperadrenocorticismo (excesso de cortisol) ou hipoadrenocorticismo (deficiência de cortisol).
Quando desconfiar de alterações no eixo hipotálamo–hipófise–adrenal?
Na prática clínica, sinais inespecíficos podem indicar disfunções hormonais.
Diante dessas suspeitas, é necessário recorrer a testes laboratoriais específicos para avaliar a integridade do eixo.
Principais testes para avaliar o eixo hipotálamo–hipófise–adrenal
A análise funcional do eixo é feita por meio de exames que verificam se há produção adequada de cortisol e se o mecanismo de feedback negativo está preservado.
1. Teste de Supressão com Dexametasona
Esse exame avalia a capacidade do organismo de reduzir a produção de cortisol quando há um estímulo que simula excesso hormonal.
Além do teste de baixa dose, usado para diagnóstico inicial, há a versão de alta dose, que auxilia na diferenciação entre causas hipófise-dependentes e adrenais.
2. Teste de Estimulação com ACTH
Diferente do anterior, esse exame avalia a capacidade de resposta da glândula adrenal quando estimulada.
Esse teste também é o mais indicado para monitorar o tratamento com trilostano em cães com síndrome de Cushing.
Como escolher o teste certo na rotina clínica?
A escolha do exame depende do quadro clínico e da hipótese diagnóstica:
O eixo hipotálamo–hipófise–adrenal é uma peça-chave no equilíbrio hormonal de cães e gatos. Alterações nesse sistema impactam diretamente saúde metabólica, imunológica e cardiovascular.
Para o médico-veterinário, entender como ele funciona e saber aplicar os testes corretos é fundamental para diagnósticos precisos e intervenções eficazes.
Se você atua na área veterinária e busca resultados laboratoriais confiáveis para avaliar esse e outros sistemas hormonais, o ZooGene oferece tecnologia avançada, automação em processos e uma equipe especializada pronta para apoiar seu diagnóstico.
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A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença parasitária causada pelo protozoário Leishmania infantum, transmitida ao cão pela picada de flebotomíneos infectados. Esses insetos, popularmente conhecidos como “mosquito-palha”, estão presentes principalmente em regiões quentes e úmidas, mas têm se expandido para áreas urbanas, o que aumenta o risco de infecção para cães que vivem em cidades.
A relevância dessa doença vai além do impacto sobre o animal: trata-se de uma zoonose, o que significa que também pode afetar seres humanos. Por isso, identificar e tratar rapidamente os cães infectados é fundamental não apenas para preservar a saúde deles, mas também para reduzir o risco de disseminação na comunidade.
Como a Leishmaniose Visceral Canina evolui no organismo do cão?
Após a infecção, o parasita se instala principalmente em células do sistema imunológico, como os macrófagos, e passa a se multiplicar de forma silenciosa. O organismo do cão tenta reagir, mas nem sempre consegue eliminar o invasor.
Essa luta interna pode durar meses ou até anos, período em que o animal pode não apresentar sinais clínicos evidentes, mas já representa uma fonte potencial de infecção para os flebotomíneos. Com o avanço da doença, surgem alterações cada vez mais visíveis e debilitantes:
Impactos no organismo: o que acontece se não houver diagnóstico?
Quando a Leishmaniose Visceral Canina não é detectada precocemente, o parasita pode comprometer órgãos vitais e desencadear complicações sérias. O sistema renal é um dos mais afetados, pois os glomérulos sofrem danos provocados por complexos imunológicos, levando a perdas de proteínas na urina (proteinúria) e, em estágios mais avançados, à insuficiência renal crônica.
Além dos rins, o sangue e o sistema imunológico também sofrem alterações importantes:
Sem diagnóstico e intervenção, a doença pode evoluir rapidamente para um estado crítico, reduzindo drasticamente a expectativa de vida do animal.
O diagnóstico precoce na prática veterinária
Para evitar que a Leishmaniose Visceral Canina alcance estágios avançados, o acompanhamento preventivo é indispensável. O diagnóstico não deve ser baseado apenas na observação clínica, já que os primeiros sinais podem ser confundidos com outras doenças.
É essencial associar histórico epidemiológico, exame físico e métodos laboratoriais específicos. Entre as principais ferramentas diagnósticas estão:
Cada uma dessas etapas contribui para um diagnóstico completo, que deve ser interpretado pelo médico-veterinário de maneira integrada.
Tratamento: o que muda quando a doença é descoberta cedo?
O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina tem como objetivo reduzir a carga parasitária e melhorar a qualidade de vida do cão. Quando iniciado precocemente, os medicamentos apresentam maior eficácia e há menos risco de complicações severas. Além disso, o manejo clínico é mais simples e as chances de o animal manter uma vida longa e estável são significativamente maiores.
Nos casos em que o diagnóstico é tardio, a doença pode já ter causado lesões irreversíveis, principalmente nos rins. Nesses cenários, além dos medicamentos específicos, são necessárias terapias de suporte, dietas restritivas e cuidados contínuos, tornando o processo mais complexo e oneroso.
Prevenção: a melhor estratégia para proteger seu cão e sua família
Mesmo com métodos avançados de diagnóstico e tratamento, a prevenção continua sendo a forma mais eficaz de lidar com a Leishmaniose Visceral Canina. Proteger o animal do contato com o vetor é a chave para evitar a infecção. As principais medidas incluem:
Adotar essas práticas de forma contínua é essencial para manter os cães saudáveis e diminuir a circulação do parasita no ambiente.
Por que a conscientização é parte fundamental do combate à Leishmaniose Visceral Canina?
Muitos tutores ainda desconhecem a gravidade dessa doença ou acreditam que ela afeta apenas cães de zonas rurais. Na realidade, a urbanização do vetor e a expansão da doença mostram que todos os animais estão suscetíveis, independentemente de onde vivem.
A informação correta ajuda a salvar vidas: campanhas educativas, consultas periódicas e exames preventivos devem fazer parte do cuidado básico com qualquer cão que resida ou viaje para áreas de risco.
A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença séria, que exige atenção constante e ações rápidas. Diagnosticar cedo salva vidas, preserva a saúde dos cães, facilita o tratamento e reduz o risco de transmissão para outros animais e para o ser humano.
Se você vive em regiões onde a doença é endêmica, converse com seu médico-veterinário, realize exames preventivos e mantenha as medidas de proteção durante todo o ano.
Uma doença fúngica com potencial zoonótico
A esporotricose é uma micose cutânea ou subcutânea causada pelo fungo do gênero Sporothrix, presente no solo e em matéria orgânica. Caracterizada pela presença de lesões na pele, a esporotricose pode afetas animais - principalmente gatos - e humanos.
Como ocorre a transmissão da esporotricose?
O fungo da esporotricose é encontrado em componentes do meio ambiente, como terra, vegetação com espinhos, troncos de arvores, galhos, madeira e solo rico em matéria orgânica em decomposição, particularmente em regiões de clima quente e úmido.
A infecção por esporotricose em seres humanos ocorre através de feridas e cortes na pele, assim como em contato com animais contaminados.
Em animais, a infeção ocorre quando o fungo penetra a pele em regiões feridas devido a arranhões e mordeduras.
Manifestação clínica da esporotricose em animais
As principais manifestações clínicas da esporotricose iniciam-se nos membros, cabeça ou base da cauda, eventualmente atingem a região dos olhos e da boca e se assemelham a feridas de brigas, principalmente em gatos machos com acesso às ruas.
É importante observar as seguintes manifestações da esporotricose:
• linfadenomegalia;
• febre;
• perda de apetite.
Em casos graves, os sintomas da esporotricose podem evoluir para formas sistêmicas.
Tratamento da esporotricose
O medicamento mais utilizado contra a esporotricose é o itraconazol, um antifúngico administrado por via oral, geralmente por períodos prolongados. Em muitos casos, o tratamento dura de 4 a 6 meses ou até a completa cicatrização das lesões cutâneas. Em situações mais graves, pode ser necessário associar o iodeto de potássio ou realizar intervenções cirúrgicas para remoção de tecidos muito comprometidos.
Prevenção e controle da esporotricose
• Manter os animais em ambiente seguro e protegido
Evitar que o animal circule livremente na rua reduz significativamente o risco de contato com fungos da esporotricose presentes no solo, em plantas e em outros animais contaminados.
• Identificar sinais precoces
Lesões na pele que não cicatrizam, caroços e secreções devem ser avaliados imediatamente pelo médico veterinário. O diagnóstico precoce da esporotricose facilita o tratamento e diminui o risco de transmissão.
• Utilizar equipamentos de proteção
Durante o manejo de animais suspeitos ou em tratamento de esporotricose, é importante usar luvas e higienizar bem as mãos e os utensílios.
• Limpar e desinfetar o ambiente
As áreas onde o animal permanece devem ser mantidas limpas, com descarte correto de resíduos e desinfecção periódica das superfícies.
Cuidados extras com animais infectados por esporotricose:
• em caso de óbito, animais infectados pela esporotricose deverão ser cremados para evitar a contaminação do solo;
• a castração de felinos saudáveis evita que saiam de casa e venham a se infectar;
• animais em tratamento de esporotricose devem ficar isolados em local seguro;
• as feridas dos animais não deverão ser cobertas com curativos;
• os animais não poderão tomar banho.
As medidas de prevenção e controle da esporotricose em animais exigem diagnósticos clínico e laboratorial precisos, tratamento adequado com duração completa e o cumprimento das orientações definidas pelo médico veterinário.
O ZooGene está ao seu lado para garantir diagnósticos precisos e apoiar o controle da esporotricose com responsabilidade e compromisso com a saúde animal. Oferecemos:
• exame micológico por pesquisa direta;
• cultura fúngica;
• sorologia por ELISA;
• PCR para identificação específica do agente.
Zoogene: prevenir é o primeiro passo para cuidar.
Brucelose canina: sintomas de uma zoonose reprodutiva silenciosa
A brucelose canina é uma doença infecciosa e zoonótica causada pela bactéria Brucella canis. Presente em diversas regiões do mundo, a brucelose representa uma preocupação relevante para a saúde pública, especialmente devido à convivência próxima entre cães e seres humanos. Nos animais, a brucelose canina pode provocar surtos de aborto, falhas reprodutivas, aumento dos linfonodos e, em alguns casos, alterações no sistema osteoarticular. Apesar disso, não é incomum a ocorrência de infecções assintomáticas.
Neste artigo, você vai entender melhor as causas, os sintomas e as possibilidades de tratamento da brucelose canina.
Transmissão
A Brucella canis é uma bactéria da família Brucellaceae, transmitida entre cães através de:
• contato com secreções genitais, corrimento vaginal, sêmen ou material fetal (como fetos abortados e líquidos amnióticos);
• inalação de aerossóis de placenta/fetos ou ambientes contaminados ;
• cruzamentos entre animais infectados.
Sinais clínicos
A maioria dos cães infectados por brucelose canina não apresentam nenhum sinal clínico além de linfonodos aumentados. Porém, os sintomas podem incluir:
• abortos repetidos em fêmeas, geralmente no final da gestação;
• falhas reprodutivas;
• epididimite, orquite e prostatite em machos;
• linfadenomegalia (aumento dos linfonodos);
• atrofia testicular e diminuição do volume seminal.
Além do impacto na reprodução, cães infectados pela brucelose canina também representam risco de transmissão para humanos, especialmente em ambientes de criação ou clínicas veterinárias com biossegurança inadequada.
Diagnóstico laboratorial
A brucelose canina é uma zoonose que exige atenção desde os primeiros sinais clínicos. O diagnóstico preciso depende de exames laboratoriais específicos e deve ser sempre orientado por um médico-veterinário.
Entre os exames mais indicados estão:
Esse exame detecta diretamente o DNA da bactéria na amostra biológica. Por apresentar alta sensibilidade e especificidade, é considerado o método mais confiável para confirmar a infecção, inclusive em cães sem sinais clínicos aparentes.
Exames sorológicos podem ser utilizados como forma de triagem inicial. No entanto, para confirmação diagnóstica — especialmente em casos clínicos suspeitos ou em avaliações pré-reprodutivas — o PCR é o mais recomendado.
O Laboratório ZooGene realiza o exame de PCR para Brucella canis com tecnologia avançada, equipe especializada e compromisso com a qualidade. Nosso objetivo é oferecer suporte aos médicos-veterinários na identificação segura e eficiente da doença.
Tratamento
O processo do tratamento contra a brucelose canina é longo, complexo e nem sempre leva à cura definitiva. Isso porque a Brucella canis é uma bactéria que se instala dentro das células do animal, dificultando sua eliminação completa.
O protocolo geralmente inclui:
• antibióticos específicos, como doxiciclina , usados por períodos prolongados e, muitas vezes, em combinação;
• castração, principalmente em animais usados para reprodução, para reduzir a chance de recidiva;
• acompanhamento veterinário contínuo, com exames periódicos para monitorar a resposta.
Mesmo com tratamento, o animal pode continuar como portador e representar risco de transmissão. Por isso, cada caso deve ser avaliado com atenção, considerando o ambiente em que o animal vive e os riscos envolvidos.
O diagnóstico precoce e a orientação de um médico-veterinário são essenciais para definir a melhor conduta.
Controle e prevenção
A brucelose canina é uma zoonose de fácil disseminação em ambientes com múltiplos animais, como canis, criadouros e abrigos. Por isso, além do diagnóstico precoce, o controle e a prevenção são fundamentais para evitar surtos e proteger a saúde dos animais e das pessoas.
Principais medidas de prevenção:
• triagem sorológica e/ou por PCR antes do acasalamento, especialmente em criadouros e canis;
• isolamento de animais positivos e interrupção imediata de sua participação em programas reprodutivos;
• castração de animais infectados, para reduzir o risco de disseminação;
• boas práticas de manejo, com limpeza rigorosa dos ambientes, descarte adequado de resíduos e higienização de materiais de uso coletivo;
• controle de entrada de novos animais, sempre com exames prévios;
• educação e orientação da equipe envolvida com os animais, para garantir medidas de biossegurança contínuas.
A prevenção da brucelose canina exige comprometimento e monitoramento constante. Com o apoio de exames confiáveis e condutas bem definidas, é possível manter o rebanho ou grupo de cães saudável e seguro.
No ZooGene, apoiamos a prevenção de zoonoses reprodutivas com diagnósticos laboratoriais de alta qualidade. Nossa missão é contribuir com a saúde dos animais, das pessoas e do ambiente por meio da ciência e do compromisso com a vida.
Fale com nossa equipe técnica para dúvidas e orientações.
A toxoplasmose é uma zoonose amplamente conhecida, porém cercada de mitos e desinformação. Causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, é uma infecção com potencial de atingir humanos e diversos animais, sendo frequentemente assintomática, mas perigosa em certos grupos.
Apesar de os gatos serem os únicos hospedeiros definitivos, o risco real de infecção para seres humanos está, em grande parte, relacionado à contaminação ambiental e alimentar.
Como ocorre a transmissão?
A infecção acontece, principalmente, por meio da ingestão de oocistos do parasita, presentes no ambiente ou em alimentos contaminados. As principais formas de transmissão incluem:
• ingestão de frutas, verduras e hortaliças mal lavadas;
• consumo de carne mal cozida, especialmente de suínos, bovinos, ovinos e aves contaminadas;
• contato com solo contaminado, em atividades como jardinagem sem proteção;
• contato direto com fezes de gatos infectados (mais raro e somente se houver ingestão acidental dos oocistos esporulados).
É importante entender que os gatos eliminam oocistos por um curto período após a infecção, e esses oocistos precisam de tempo no ambiente para se tornarem infectantes (processo chamado de esporulação). A transmissão direta por gatos saudáveis e domiciliados é bastante improvável.
E os sinais clínicos?
Na maioria dos animais domésticos, a toxoplasmose é assintomática. Contudo, em casos graves ou em animais imunossuprimidos, podem surgir sinais como:
• febre;
• letargia;
• icterícia;
• alterações respiratórias ou neurológicas (nos casos mais severos).
Nos seres humanos, o risco maior está em gestantes, devido ao risco de transmissão vertical para o feto, e em pessoas imunossuprimidas, como pacientes oncológicos, transplantados ou portadores de HIV.
Como é feito o diagnóstico?
A confirmação da toxoplasmose exige exames laboratoriais confiáveis. No ZooGene, contamos com tecnologia de ponta e equipe especializada para apoiar o diagnóstico com segurança:
Sorologia IgM e IgG – identifica se houve contato recente (IgM) ou antigo (IgG) com o parasita, auxiliando na interpretação do estágio da infecção.
PCR qualitativo e quantitativo – detecta diretamente o material genético do Toxoplasma gondii, sendo ideal em casos suspeitos, especialmente em pacientes sintomáticos ou com imunossupressão.
Esses exames são fundamentais para orientar o tratamento, avaliar riscos e garantir segurança, tanto para o animal quanto para a saúde pública.
Prevenção é o melhor caminho
A toxoplasmose pode ser evitada com medidas simples e eficazes:
• lavar bem frutas e verduras antes do consumo;
• cozinhar bem carnes – evite carnes cruas ou malpassadas;
• higienizar utensílios de cozinha após o preparo de alimentos crus;
• usar luvas ao manipular solo ou realizar jardinagem;
• limpar diariamente a caixa de areia dos gatos com higiene, usando luvas;
• evitar alimentação crua para gatos (dieta natural não cozida ou carne crua).
É fundamental lembrar que não há motivo para abandonar ou se desfazer de gatos por causa da toxoplasmose. O risco de infecção pode ser facilmente controlado com higiene e cuidado, e o abandono é injustificado e prejudicial à saúde pública e ao bem-estar animal.
Conte com o ZooGene para diagnósticos seguros e responsáveis
No ZooGene, apoiamos médicos-veterinários e tutores com diagnósticos laboratoriais precisos, orientados pela ciência e pelo compromisso com a saúde única — animal, humana e ambiental.
Ficou com dúvidas sobre toxoplasmose? Fale com a nossa equipe técnica. Estamos à disposição para ajudar você a oferecer o melhor cuidado aos seus pacientes!
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O que você precisa saber sobre essa zoonose altamente perigosa
A leptospirose é uma zoonose bacteriana causada pela Leptospira spp., que afeta principalmente mamíferos, sendo mais comum em cães e gatos. Ela possui a capacidade de sobreviver durante meses na água e em solos úmidos.
Os roedores, como ratazanas, são os maiores reservatórios de leptospirose, e a transmissão pode ocorrer a partir da sua urina.
Como ocorre a contaminação da leptospirose
A transmissão da leptospirose pode ocorrer de duas formas.
Contaminação direta:
• contato com urina de roedores e animais infectados;
• contato com pele ferida ou mucosas.
Contaminação indireta:
• contato com água parada;
• solo úmido;
• lama contaminada.
Quais os sintomas clínicos da leptospirose
Após a entrada da bactéria causadora da leptospirose no organismo do hospedeiro, instala-se rapidamente uma infecção sistêmica, com predileção pelos rins e pelo fígado. Essa condição pode evoluir para insuficiência renal aguda e lesões hepáticas (hepatopatias). Os sinais clínicos mais comuns da leptospirose incluem:
• febre;
• icterícia;
• vômitos;
• dor abdominal;
• insuficiência renal.
O diagnóstico laboratorial desta zoonose envolve a sorologia para detecção de anticorpos contra Leptospira spp. e PCR para identificação direta do agente, ambos exames oferecidos pelo ZooGene.
Como tratar a leptospirose
O tratamento da leptospirose deve ser iniciado o quanto antes, preferencialmente nos primeiros dias após o aparecimento dos sintomas. A confirmação é feita por exames laboratoriais, porém, diante da suspeita clínica, o tratamento contra a zoonose geralmente é iniciado imediatamente, mesmo antes da confirmação laboratorial.
1. Antibióticos
A base do tratamento é o uso de antibióticos, que devem ser iniciados assim que houver suspeita da doença, mesmo antes da confirmação por exames laboratoriais. Os mais utilizados incluem:
• doxiciclina – indicada por pelo menos 14 dias, ajudando a eliminar a bactéria do organismo e prevenir a eliminação urinária;
• Penicilina G (ou ampicilina/ampicilina-sulbactam) – especialmente em casos graves, administrada por via intravenosa.
O uso combinado de antibióticos pode ser necessário, com um primeiro antibiótico para tratar a infecção aguda e a doxiciclina depois, para eliminar portadores renais.
2. Suporte clínico intensivo
Animais acometidos frequentemente precisam de cuidados intensivos, com internação e monitoramento constante. Os principais suportes incluem:
• terapia fluidoterápica (soro intravenoso) para hidratação e suporte da função renal;
• medicações para proteger o fígado e os rins, de acordo com os exames laboratoriais;
• antieméticos e analgésicos, se houver vômitos, dor abdominal ou febre;
• diálise, em casos de insuficiência renal aguda e grave.
3. Isolamento e cuidado com a transmissão
Durante o tratamento contra a leptospirose, o animal deve ser mantido isolado e em ambiente higienizado, pois pode eliminar a bactéria na urina. O uso de luvas e a desinfecção adequada são essenciais para proteger humanos e outros animais.
Embora os gatos possam ser expostos à Leptospira, eles raramente desenvolvem a doença de forma clínica. Casos sintomáticos são extremamente incomuns, e não há um protocolo terapêutico amplamente estabelecido como nos cães.
Como prevenir a leptospirose
Devido à facilidade de disseminação da leptospirose, a prevenção continua sendo a forma mais eficaz de proteger animais e seres humanos contra o contágio.
Estudos demonstram que a vacinação regular dos pets, especialmente dos cães, é uma das principais estratégias no controle da doença.
Além da vacinação, medidas sanitárias simples também são fundamentais para reduzir o risco de infecção:
• manter os quintais e os ambientes frequentados pelos animais sempre limpos e higienizados;
• evitar o acúmulo de lixo ou restos de alimento, que podem atrair roedores;
• não permitir que o animal circule livremente pelas ruas, sem supervisão;
• controlar a superpopulação de animais por meio de políticas de adoção e cuidado responsável;
• investir na castração para diminuir comportamentos territorialistas e reduzir fugas;
• garantir o fornecimento de água limpa e filtrada aos animais.
Essas ações, aliadas ao acompanhamento veterinário regular, contribuem significativamente para a proteção da saúde dos pets e da família.
O ZooGene reafirma seu compromisso com a saúde animal, oferecendo diagnósticos laboratoriais de excelência que apoiam a prática veterinária e contribuem para o controle de doenças como a leptospirose. Prevenir é sempre o melhor cuidado.
A raiva é uma zoonose viral altamente letal que acomete mamíferos, incluindo animais de companhia como cães e gatos. Causada por um vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, a doença atinge o sistema nervoso central e leva à morte após o aparecimento dos sintomas.
Mesmo com sua gravidade, a raiva é uma zoonose prevenível. Com a adoção de uma medida simples, que é a vacinação , é possível controlar a disseminação do vírus e proteger a saúde pública.
Como ocorre a transmissão da raiva?
A transmissão da raiva ocorre principalmente por meio da saliva de animais infectados. As formas mais comuns de contágio são:
A zoonose pode ser transmitida entre animais ou do animal para o ser humano, mas o foco da prevenção deve estar no controle da raiva em animais domésticos e silvestres. Entre os principais transmissores estão cães, gatos e morcegos, especialmente em áreas urbanas e rurais com baixa cobertura vacinal.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus da raiva pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas da raiva. Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus da raiva por longo período, sem sintomatologia aparente.
Principais sintomas da raiva em animais
Os sinais clínicos da raiva variam conforme o estágio da doença. Os mais comuns incluem:
A raiva pode se manifestar com sinais de hiperexcitabilidade e agitação, ou de forma paralítica, quando o animal demonstra apatia, desorientação e perda de movimentos. Em ambos os casos, a evolução é rápida e o desfecho é fatal, não existindo nenhum tratamento ou cura.
A importância da vacinação na prevenção da raiva
A principal medida de controle da raiva é a vacinação anual de cães e gatos. Essa é a única forma eficaz de prevenir a zoonose e proteger tanto os animais quanto a comunidade.
Mesmo animais que vivem exclusivamente dentro de casa devem ser vacinados. Isso porque o risco de contato com o vírus pode vir de outras fontes, como morcegos ou visitas acidentais de outros animais.
Além da vacinação, outras práticas contribuem para a prevenção e controle da raiva:
Zoonose de alto risco: responsabilidade coletiva
A raiva é uma das zoonoses mais perigosas do mundo, com taxa de mortalidade próxima de 100%. A boa notícia é que ela pode ser totalmente evitada com ações coordenadas entre tutores, profissionais veterinários e autoridades de saúde animal.
Como laboratório que contribui para o diagnóstico veterinário, o ZooGene apoia as campanhas de prevenção das zoonoses, promovendo saúde coletiva por meio da informação e da responsabilidade compartilhada.
Exames laboratoriais de rotina são aliados importantes no cuidado com os animais e na vigilância de doenças com potencial zoonótico.
A garantia de resultados confiáveis no laboratório clínico depende da minimização de erros encontrados em todas as fases do processo. A fase pré-analítica, que inclui todos os procedimentos que precedem a análise laboratorial, é onde se encontra a grande parte dos erros que interferem no diagnóstico laboratorial, como por exemplo tempo incorreto de armazenamento, incorreta relação entre sangue e anticoagulante, tubos para coleta inadequados e amostra contaminada. Para prevenir a ocorrência de falhas é importante a utilização de uma amostra adequada, devidamente identificada, obtida em quantidade suficiente e em recipiente apropriado, conservada e transportada de forma correta a manter a integridade do material a ser analisado de acordo com a metodologia utilizada. O não cumprimento das conformidades levam à rejeição da amostra ou à resultados incoerentes que não poderão ser devidamente interpretados e considerados devido a inadequação do material coletado. Você sabe quais são os cuidados necessários na fase pré analítica? Confira abaixo algumas dicas e orientações para minimizar erros pré analíticos.