27/08/2025
O eixo hipotálamo–hipófise–adrenal é uma rede de comunicação entre o cérebro e as glândulas adrenais, que ajuda o corpo a responder ao estresse e a manter funções vitais.
Funciona assim: o hipotálamo, uma região do cérebro, envia um sinal chamado CRH, que estimula a hipófise, uma pequena glândula também no cérebro. A hipófise, por sua vez, libera outro sinal chamado ACTH, que viaja até as glândulas adrenais, localizadas perto dos rins.
Ao receber esse estímulo, as glândulas adrenais produzem o cortisol, um hormônio essencial para o equilíbrio do organismo. Quando os níveis de cortisol atingem o ideal, eles enviam uma mensagem de volta ao hipotálamo e à hipófise para reduzir a produção de CRH e ACTH, evitando a produção excessiva de cortisol.
O papel do cortisol no equilíbrio do organismo
Apesar de ser conhecido como “hormônio do estresse”, o cortisol tem funções essenciais que vão muito além de situações emergenciais. Ele é responsável por:
- manter o metabolismo energético: regula a produção e utilização de glicose, proteínas e gorduras.
- controlar a resposta imunológica: ajuda a modular processos inflamatórios.
- regular a pressão arterial e o equilíbrio hídrico: contribui para a estabilidade cardiovascular.
- permitir adaptação ao estresse físico e emocional: garante que o organismo responda adequadamente a desafios internos e externos.
Alterações na produção desse hormônio podem gerar desequilíbrios graves, resultando em doenças como hiperadrenocorticismo (excesso de cortisol) ou hipoadrenocorticismo (deficiência de cortisol).
Quando desconfiar de alterações no eixo hipotálamo–hipófise–adrenal?
Na prática clínica, sinais inespecíficos podem indicar disfunções hormonais.
- Quadros sugestivos de hiperadrenocorticismo (síndrome de Cushing): polidipsia, poliúria, aumento de apetite, ganho de peso com abdômen pendular, alopecia simétrica e letargia.
- Sinais de hipoadrenocorticismo (doença de Addison): vômitos recorrentes, perda de peso, apatia, fraqueza e episódios de colapso em situações de estresse.
Diante dessas suspeitas, é necessário recorrer a testes laboratoriais específicos para avaliar a integridade do eixo.
Principais testes para avaliar o eixo hipotálamo–hipófise–adrenal
A análise funcional do eixo é feita por meio de exames que verificam se há produção adequada de cortisol e se o mecanismo de feedback negativo está preservado.
1. Teste de Supressão com Dexametasona
Esse exame avalia a capacidade do organismo de reduzir a produção de cortisol quando há um estímulo que simula excesso hormonal.
- Administra-se dexametasona, um corticosteroide sintético.
- O esperado é que essa substância “avise” ao organismo que há cortisol suficiente, levando à diminuição da produção endógena.
- Se, após o teste, os níveis de cortisol permanecem elevados, há indícios de que o feedback negativo está comprometido, o que sugere hiperadrenocorticismo.
Além do teste de baixa dose, usado para diagnóstico inicial, há a versão de alta dose, que auxilia na diferenciação entre causas hipófise-dependentes e adrenais.
2. Teste de Estimulação com ACTH
Diferente do anterior, esse exame avalia a capacidade de resposta da glândula adrenal quando estimulada.
- Administra-se ACTH sintético ao paciente.
- A adrenal saudável deve reagir produzindo mais cortisol.
- Se não houver aumento significativo: sugere hipoadrenocorticismo.
- Se houver aumento exagerado: pode indicar hiperadrenocorticismo.
Esse teste também é o mais indicado para monitorar o tratamento com trilostano em cães com síndrome de Cushing.
Como escolher o teste certo na rotina clínica?
A escolha do exame depende do quadro clínico e da hipótese diagnóstica:
- Suspeita de excesso de cortisol: inicia-se com o teste de supressão com dexametasona.
- Suspeita de deficiência de cortisol: utiliza-se o teste de estimulação com ACTH.
- Acompanhamento de tratamento: o teste de ACTH é o padrão para monitorar terapias que visam reduzir a produção de cortisol.
O eixo hipotálamo–hipófise–adrenal é uma peça-chave no equilíbrio hormonal de cães e gatos. Alterações nesse sistema impactam diretamente saúde metabólica, imunológica e cardiovascular.
Para o médico-veterinário, entender como ele funciona e saber aplicar os testes corretos é fundamental para diagnósticos precisos e intervenções eficazes.
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